quinta-feira, 30 de maio de 2013

Urgentemente

É urgente o amor
É urgente um barco no mar

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"

terça-feira, 28 de maio de 2013

Human Beings Are Getting Dumber

depois de ler... façamos um esforço, façamos algo para contrariar tal estudo.
ainda acredito na capacidade humana! 

Just look at all the amazing innovations modern technology has given us: at-home HIV tests, motion-activated screwdrivers and self-inflating tires. It’s easy to look down on our prehistoric ancestors for their primitive, electric screwdriver-less way of life. But one scientist says we shouldn’t be so quick to judge.
In a two-part paper published in the journal Trends in Genetics, Stanford University researcher Gerald Crabtree suggests that evolution is, in fact, making us dumber — and that human intelligence may have actually peaked before our hunter-gatherer predecessors left Africa.
The reason? Life on the veldt was tough, and prehistoric humans’ genes were constantly subjected to selective pressure in an environment where the species’ survival depended on it. For humans, that meant getting smarter. ”The development of our intellectual abilities and the optimization of thousands of intelligence genes probably occurred in relatively non-verbal, dispersed groups of peoples before our ancestors emerged from Africa,” Crabtree said in a news release.
The urbanization that followed the development of agriculture simplified survival by removing some of its challenges, which likely weakened natural selection’s ability to eliminate mutations associated with deficiencies in intelligence. Crabtree estimates that over the last 3,000 years (about 120 generations), humans have sustained at least two mutations that have eroded our intellectual and emotional intelligence.
“A hunter-gatherer who did not correctly conceive a solution to providing food or shelter probably died, along with his or her progeny, whereas a modern Wall Street executive that made a similar conceptual mistake would receive a substantial bonus and be a more attractive mate,” Crabtree wrote in the paper. He also noted that the average Athenian from 1000 B.C. would rank among the smartest and most emotionally stable in today’s society.
Not everybody agrees with Crabtree’s reasoning, however. Steve Jones, a geneticist at University College London, believes there is insufficient data to support his theory. ”Never mind the hypothesis, give me the data, and there aren’t any,” Jones told The Independent. “I could just as well argue that mutations have reduced our aggression, our depression and our penis length, but no journal would publish that. Why do they publish this?”
Crabtree does argue that no matter how deteriorated our intellectual abilities may have become over the millennia, advancements in technology will someday render these changes insignificant.
“I think we will know each of the millions of human mutations that can compromise our intellectual function and how each of these mutations interact with each other and other processes as well as environmental influences,” Crabtree said in the release. “At that time, we may be able to magically correct any mutation that has occurred in all cells of any organism at any developmental stage. Thus, the brutish process of natural selection will be unnecessary.”

segunda-feira, 27 de maio de 2013

o Nó...

 
É um nó que aperta.
És um nó que aperta, que não se desembaraça. 

És uma espécie de vertigem do abismo, do desconhecido, do desconhecido que conheço e me atrai, que amo.
És um nó. 
Agora me deito, tentei fechar os olhos com tanta força para não sentir a tua falta, só tenho a tua sombra, fria e cinzenta. 
Cubro-me até ao pescoço com medo que aperte outra vez, que me sufoque e fique sem ar, mas o que eu gosto de ficar sem ar contigo, o nós.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Always

Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am young again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am fun again

However far away
I will always love you
However long I stay
I will always love you
Whatever words I say
I will always love you
I will always love you

Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am free again
Whenever I'm alone with you
You make me feel like I am clean again

However far away
I will always love you
However long I stay
I will always love you
Whatever words I say
I will always love you
I will always love you

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Armadilha de Liquidez: porque é que é bom saber o que é?

sabemos que estamos a ser mal geridos, que só fazem asneiras, mas é bom entender um bocadinho mais...

"Armadilha de Liquidez: porque é que é bom saber o que é?

O termo Armadilha de Liquidez aplica-se a uma economia em que a Política Monetária perdeu eficácia, porque os investidores preferem manter liquidez, seja porque esperam deflação ou inflação muito baixa, seja por considerarem que a procura agregada é insuficiente. Em português simples, os agentes preferem guardar o seu dinheiro a emprestá-lo ou investi-lo por considerarem a conjuntura desfavorável.
Em resultado disso, assistimos a níveis baixos de crédito a empresas não-financeiras e famílias, apesar de uma política monetária expansionista. Os bancos financiam-se mais barato mas exigem margens proibitivas no crédito. Este processo agrava a situação económica e torna-se, por isso, num ciclo vicioso. Daí que se chame uma "armadilha". Argumentam os economistas keynesianos que, neste contexto, a política monetária perde eficácia porque a liquidez disponibilizada será simplesmente armazenada pelos bancos. Assim sendo, a única solução está em activar a política orçamental, pondo o Estado a funcionar como motor de arranque para a economia, mobilizando a poupança privada.

Num cenário de manual (que é o dos Estados Unidos há já vários anos), a taxa praticada pelo Banco Central nestas situações está próxima do zero, ficando a política monetária "amarrada", porque não tem sentido um BC emprestar a taxas negativas. Já na Zona Euro, as sucessivas reduções das taxas de juro de referência (já vamos em 4 em menos de um ano), bem como as medidas não-convencionais de liquidez, não se reflectiram no desejado aumento dos níveis de crédito à economia real. É neste quadro que economistas como Paul Krugman definem a situação da Zona Euro e dos EUA como sendo uma situação de Armadilha de Liquidez.

Serve esta conversa toda para falar da decisão do BCE de reduzir duas das suas três taxas de referência: a taxa das operações de refinanciamento principais (em 0,25%), a da facilidade permanente de cedência de liquidez (em 0,5%), mas não a da facilidade permanente de depósito, que continua em 0,0% (voltarei a isto amanhã).

Se a Zona Euro estiver efectivamente numa situação de Armadilha de Liquidez, esta decisão só é relevante se estiver associada a Políticas Orçamentais fortemente expansionistas. Ora, isso é exactamente o contrário daquilo a que estamos a assistir. Não só o orçamento europeu se torna cada vez mais insignificante, como as políticas de austeridade estão a espalhar-se e a agravar-se por essa Europa fora como um Vírus. Alguém está à espera que os bancos portugueses comecem a emprestar às empresas e famílias, agora que foi divulgado o plano do Governo para despedir 20 mil trabalhadores (para começar) e cortar 6000 milhões na despesa pública? Por acaso, há quem esteja, e é por isso que a economia é uma disciplina em crise...

Neste contexto, dedico este post a todos os economistas neoclássicos, que consideram que um bom economista tem de fornecer aquilo que a economia neoclássica nunca fornece: previsões precisas e quantificadas. E forneço uma previsão, quantificada: o impacto de mais esta redução das taxas de referência do BCE na economia real, em contexto de políticas generalizadas de contenção orçamental será de... zero. Vírgula zero. Não é uma precisão brilhante, uma vez que é baseada em experiência muito recente. Mas não podem dizer que não é precisa."